Escola ‘de luxo’ de Moema é acusada de não reconhecer direitos de professores

Sindicato diz que vai levar o caso contra a escola Móbile à Justiça do Trabalho
Escola cobra mensalidade de R$ 6 mil, mas funcionários reclamam direitos / Foto: Divulgação

Uma das mais tradicionais, prestigiadas e, consequentemente, caras instituições de ensino de São Paulo, a Escola Móbile, localizada em Moema, na Zona Sul da capital, tem falhado em prestigiar seu corpo docente – pelo menos parte dele – com os direitos que lhe são devidos. Esta, pelo menos, é a acusação do SinproSP (Sindicato dos Professores de São Paulo).

Em entrevista exclusiva ao Leia SP, o secretário-geral do sindicato, professor Walter Alves, explicou os meandros do caso. De acordo com ele, o imbróglio ocorre em torno da figura dos auxiliares de classe, ou seja, pessoas contratadas para ajudar o(a) professor(a) em sala de aula, principalmente em turmas de ensino infantil ou nos primeiros anos do ensino fundamental, mas algumas instituições, como a Móbile, expandiram esse serviço até o ensino médio.

Por este trabalho, de alto padrão, a instituição cobra mensalidade de cerca de R$ 6 mil por aluno do ensino médio, segundo informações apuradas pela reportagem.

Estes trabalhadores, de fato, não cumprem função pedagógica, portanto não são considerados docentes. O problema, porém, é que muitas instituições de ensino – como a Móbile, afirma Alves – têm “tirado proveito dessa situação”. 

“[Essas instituições] se aproveitaram de contratar esses profissionais, que ganham um salário menor, mas também destinando a eles funções pedagógicas, atividades docentes. Foi aí que o Sindicato começou, não só na Móbile, mas em outros locais também, a questionar: se tem função pedagógica, precisam ser registrados como professores”, explica o secretário-geral do SinproSP.

Por conta disso, Alevs conta que o colégio foi notificado no início de 2023 e negou toda a situação; no segundo semestre, porém, procurou a entidade de classe reconhecendo que isso realmente acontecia e para propor um acordo, criando uma espécie de “categoria híbrida”. O sindicato sequer levou a proposta à categoria e, segundo o diretor, está levando o caso à justiça.

“Nós encaminhamos uma notificação para a escola informando que o sindicato está atento e não irá aceitar a contratação de professores, pessoas que exercem atividades docentes, com outras denominações. Estou em contato com os profissionais, eles estão acompanhando, e o sindicato vai, de maneira intransigente, defender os interesses da categoria”, conta.

O QUE DIZ A ESCOLA

Procurada para dar sua versão, a Móbile disse que não comenta “denúncias anônimas e entrevistas cujo teor desconhece” e que “todos os assuntos profissionais relacionados aos colaboradores da escola são tratados individual ou coletivamente, por meio de seus entes representativos respectivos e aplicáveis”.

“A Escola mantém constantes diálogos e prestigia as entidades Sindicais representativas das diferentes categorias profissionais relacionadas ao nosso estabelecimento de ensino”, completa a nota.

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2 respostas

  1. Essa escola é um péssimo lugar para se trabalhar. Os funcionários adoecem física e mentalmente, não tem nenhum tipo de respaldo por parte de seus superiores, que acatam todos os tipos de exigências e desrespeitos dos alunos e das famílias, sendo muitas vezes abusivos com seus funcionários e fazendo ameaças indiretas. Apesar de pagar um salário acima da média do mercado, as pessoas pedem demissão e ficam FELIZES ao sair de lá, tamanho o nível de abuso e exploração.

  2. Confirmo as acusações! Todos os monitores atuam também como professores, inclusive corrigindo provas nas suas casas, fora do horário de trabalho. A escola também exige acumulo de funções e demite quem não quer se atolar com uma carga horária desumana e insalubre à saúde fisica e mental.

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