Eunice Paiva e a essência da natureza feminina

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Dizem que as mulheres fortes são as que mais apanham. Foram forjadas no fogo do desconhecido para exercitarem a coragem de transcender barreiras e serem elas mesmas. Eu poderia falar sobre milhares de mulheres mundo afora, mas nesse momento de superação, glória e louvor em torno do cinema brasileiro, destaco a força e resiliência de Eunice Paiva, que num dos períodos mais sombrios de nossa história recente lutou pela existência humana. Neste 8 de março, dia de reflexão e reafirmação da luta das mulheres, enaltecer a trajetória dessa matriarca é, sobretudo, honrar a natureza de todas aquelas que foram moldadas pela autenticidade de serem inteiras.

Mais que um filme, “Ainda Estou Aqui” é um manifesto em defesa da liberdade, da arte brasileira que não é e jamais será vulgarizada, coisificada, apequenada ou pasteurizada e também de exaltação às mulheres que não se curvaram diante da vida. Entre tantas lições, o primeiro Oscar do Brasil é sobre resgatar o sentido da condição humana, sobretudo, o ser mulher com esse exemplo da bravura de Eunice Paiva, uma brasileira que sintetiza a essência da natureza feminina.

Da figura de vítima de um regime autoritário, que culminou com o sequestro seguido do assassinato covarde de seu esposo, Eunice se tornou protagonista de uma luta incansável por respostas e por justiça. Viúva, se dividiu entre a criação dos cinco filhos e a rotina de universitária até se formar em Direito aos 48 anos de idade. Uma das advogadas mais respeitadas do país, se engajou em causas sociais e políticas tornando-se uma das poucas especialistas em direito indígena no Brasil.

Sua luta foi fundamental para ajudar a evitar a extinção dos povos originários e também para articular a criação da Comissão que pela primeira vez na história investigou os crimes cometidos na ditadura militar brasileira. Como toda mulher que honra sua natureza, Eunice não agiu para impressionar ou mostrar poder, o que fez com que sua naturalidade conquistasse o mundo e transformasse não somente sua própria vida, mas a de muitos ao redor.

Assim são as mulheres que entendem o verdadeiro valor do poder feminino, que não se compra, não é validado pela estética das redes sociais e tampouco preenchido por filtros ou performances virtuais, simplesmente porque não se constrói em camadas de superficialidade. Mulheres que entendem seu poder sabem que a aceitação não é um produto de prateleira,

não dita tendências de moda, não depende de truques ou estratégias de marketing, nem se aprende em cursos de consultoria de imagem com o objetivo de ostentar nas plataformas digitais.

Não fabricam seu conhecimento, não dependem de assessor para passar a imagem que gostariam de ser, pois apenas deixam manifestar sua essência, sendo o que são, com todos os seus defeitos e imperfeições que as tornam únicas, verdadeiras e plenas. Grandes mulheres que honram sua natureza levantam-se toda vez que preciso, sem jamais perder sua autenticidade, pois acolhem suas inseguranças sem a necessidade de se encaixar em padrões sociais.

Mulheres como Eunice Paiva, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres carregam com orgulho suas linhas de expressão porque sabem que são marcas do caráter de uma vida pautada por princípios, repleta de traços de autenticidade e sinais do tempo de uma existência moldada pela integridade. É assim, da ousadia de serem o que são que grandes mulheres, que vivem e entendem a essência da natureza feminina, constroem uma nova estética cultural.

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