A discussão sobre a privatização da Sabesp continua em pauta. Afinal, o setor público não consegue lidar de forma adequada com serviços essenciais como abastecimento de água, energia, entre outros.
Será que essa afirmação é realmente verdadeira ou é apenas uma estratégia para obter apoio público?
Desde sexta-feira, dia 2, temos testemunhado uma situação impar que parece não ter fim.
A concessionária de energia ENEL Distribuidora, responsável pelo fornecimento de energia elétrica em São Paulo, não tem conseguido restabelecer o fornecimento para todos os seus clientes.
De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), até o início da tarde desta terça-feira (7 de novembro de 2023), aproximadamente 87.000 imóveis ainda estavam sem energia elétrica em São Paulo.
Ao ser questionada sobre a normalização do serviço, a ENEL informa estar trabalhando 24 horas por dia para resolver a situação.
Já a Prefeitura de São Paulo tem levantado a necessidade de aterrar os cabos na cidade. O prefeito chegou até a sugerir a criação de uma espécie de taxa para cobrir os custos desse serviço.
A empresa foi privatizada. Então, por que ter uma taxa para pagar por algo que a própria empresa deveria fazer? É imprescindível esclarecer esse ponto, pois parece não fazer sentido.
Infelizmente, parece que ninguém sabe exatamente como proceder neste momento de crise.
Se a Companhia ainda fosse estatal, os fervorosos defensores do liberalismo estariam em polvorosa, clamando pela privatização.
Atualmente, o serviço de distribuição de luz é privatizado, e a concessionária parece estar perdida na busca pela solução desse óbice.
É um desafio complicado, porém é inadmissível que a maior cidade da América Latina enfrente um contratempo desse tipo e fique parcialmente sem energia elétrica por tanto tempo.
Gestão
Diante de tudo o que estamos presenciando, fica evidente uma questão. Há falta de gestão. Tanto o setor público quanto o privado não estão sabendo gerenciar um problema dessa magnitude.
Está claro que a solução não é privatizar, como já mencionei em meu artigo “Mais ou Menos Estado”. Aqueles que nos aconselham a ter um Estado reduzido, controlam empresas estatais e até possuem participação em montadoras de veículos.
O debate é: não é quem administra, é como administra. Se o ativo for bem gerido, porque vendê-lo?
É interessante observar o Banco do Brasil, uma instituição financeira com bons resultados aos seus acionistas, que é estatal.