Na noite da última sexta-feira (4), a Polícia Militar de São Paulo se viu envolvida em outro caso em que um de seus agentes assassinou uma pessoa por engano. E, mais uma vez, a vítima é negra. Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, foi alvejado na cabeça por um policial após ser confundido com um assaltante.
O caso aconteceu em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, por volta das 22h30.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o policial Fábio Anderson Pereira de Almeida sofreu uma tentativa de roubo por um grupo de motociclistas, reagiu e dispersou os bandidos aos tiros, tendo um deles abandonado a moto no loca. Em meio à confusão, o agente viu Guilherme se aproximando do veículo e disparou.
Na delegacia, ele disse que tinha certeza do envolvimento da vítima no crime. Segundo testemunhas, Guilherme era o único negro perto do local. Ele havia acabado de sair do trabalho, uma fábrica de camas, e estava correndo em direção ao ponto de ônibus. Em sua bolsa havia um livro, sua marmita e remédios.
À TV Globo, a viúva de Guilherme, Sthefanie dos Santos Ferreira Dias, disse que ele era “um homem de Deus”. Casados há um ano e 11 meses, eles tinham uma viagem programada para o próximo mês em comemoração aos dois anos juntos e sonhavam em ter filhos.
“Só porque é um jovem negro, preto e estava correndo para pegar o ônibus, [ele] atirou. O que é isso? Que mundo é esse? Era o único jovem preto que estava no meio e foi atingido. A gente quer esse policial na cadeia, ele tem que pagar. Está solto, pagou a fiança que, para ele, não é nada”, desabafou.
Fábio foi indiciado por homicídio culposo e solto após pagar fiança de R$ 5,6 mil.

