O Governo de São Paulo confirmou, na noite de terça-feira (8), a quinta morte causada por intoxicação por metanol no estado. As vítimas são três homens de 54, 46 e 45 anos, residentes da capital paulista, uma mulher de 30 anos, moradora de São Bernardo do Campo, e um homem de 23 anos, de Osasco.
Além das mortes confirmadas, há 15 casos de intoxicação pela substância e 181 em investigação, além de outras seis mortes sob apuração.
A capital paulista é a cidade com maior número de casos (16), seguida de Osasco (1), São Bernardo do Campo (1), Itapecerica da Serra (1) e Guarulhos (1).
Na quarta-feira (8), a Vigilância Sanitária interditou um estabelecimento na zona leste da capital por condições sanitárias inadequadas e apreendeu seis garrafas de bebidas alcoólicas. Ao todo, 12 estabelecimentos foram interditados e 23 locais fiscalizados em ações conjuntas entre a Vigilância Estadual, vigilâncias municipais, Procon e Polícia Civil.
A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares.
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Metanol foi adicionado, confirma Polícia Científica
O Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo confirmou que o metanol encontrado nas bebidas adulteradas foi adicionado intencionalmente, e não gerado durante o processo natural de destilação.
Segundo o órgão, a concentração da substância nas amostras analisadas é “anormal e incompatível com o processo de produção natural de destilados”.
O Conselho Regional de Química da 8ª Região (CRQ VIII) explicou que o metanol é o primeiro álcool liberado no processo de destilação e deve ser descartado, pois é altamente tóxico.
“Em destilarias profissionais, devidamente operadas por técnicos credenciados, essa fração inicial é descartada. Já em produções clandestinas, esse controle muitas vezes não é feito, resultando em maior concentração de metanol na bebida final”, informou o órgão em nota técnica.
O CRQ alerta que doses a partir de 4 ml de metanol podem causar cegueira, e quantidades superiores a 20 ml podem levar à morte.
Novas apreensões
As forças de segurança de São Paulo seguem intensificando as operações. Em Campinas, as polícias Civil e Militar apreenderam mais de 3 mil garrafas com suspeita de falsificação em ações distintas.
Na operação da Polícia Civil, um homem foi preso em flagrante após a descoberta de uma fábrica clandestina de uísque. No local, havia dois galões de 50 litros e 335 garrafas prontas para venda.
Já em uma ação da Polícia Militar, 2,9 mil garrafas foram encontradas em um galpão. Um suspeito fugiu do local.
No centro da capital paulista, 70 mil garrafas foram apreendidas em três depósitos clandestinos com produtos vencidos e sem origem comprovada. Dois homens foram presos.
A Justiça autorizou o descarte de 100 mil garrafas apreendidas no inquérito que investiga a adulteração de bebidas.
*Por Agência Brasil

