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Bom Retiro é tido como um bairro acolhedor

Comércio de roupas em atacado e varejo é o destaque do bairro
A região possuía uma grande mistura de etnias, formada por muitos imigrantes / Foto: Cecília Siqueira

O bairro do Bom Retiro, em São Paulo, comemorou 140 anos no último dia 10 de outubro. O local foi formado no século 19, e possuía muitas chácaras e sítios, o que originou o nome “Chácara do Bom Retiro”. A região possuía uma grande mistura de etnias, formada por imigrantes italianos, gregos, portugueses, judeus e iugoslavos, povos que ajudaram no desenvolvimento do bairro oferecendo mão de obra. Hoje, o lugar abriga sul coreanos, que se tornaram proprietários de grandes lojas nas principais ruas do bairro.

Esse é um dos oito distritos pertencentes à Subprefeitura Sé, e segundo os dados do Censo Demográfico de 2010 (o mais atual, no que se refere à população por bairros), possui 33.892 mil habitantes, com uma área de 4,21 km². O bairro está localizado próximo ao Centro de São Paulo, perto da estação Júlio Prestes – Linha 8 Diamante (Viamobilidade), estação Luz – Linha 11 Coral (CPTM), e estação Tiradentes – Linha 1 azul (Metrô). 

Comércio é referência

Atualmente o bairro é muito conhecido pelo comércio, que move a economia do distrito, e atrai pessoas de todos os lugares da cidade pela vasta diversidade de opções de lojas. Uma das mais antigas no ramo de confecção é a loja Camisaria Fascynios, localizada na Rua da Graça.

O lojista Vicente Gomes, que atuou no bairro no ramo farmacêutico durante 33 anos, relatou o que achou quando pisou no bairro pela primeira vez.

“Quando eu cheguei em São Paulo, em 1966, eu me deparei com um paraíso, não tinha medo de andar sozinho na rua de madrugada, e consegui construir toda a minha vida aqui no Bom Retiro. Tive oportunidade de ir embora, mas decidi ficar”, disse Vicente.

A Rua José Paulino, popularmente chamada de “Zepa”, também é um dos pontos de referência quando o assunto é compras no bairro. Ela possui muitas lojas tradicionais e temáticas coreanas.

De acordo com os moradores, as lojas que mais fazem sucesso desde o início são as do ramo de vestuário e confecção. Uma forte concorrente do Brás, bairro que está localizado a poucos metros do Bom Retiro, e possui o mesmo viés de compras.

Ainda segundo Kelly, da CDL (Confederação de Dirigentes Lojistas) do Bom Retiro, uma forma de impulsionar as vendas no local está na diversidade de produtos, além da venda em atacado e varejo.

Associação Viver Bem no Centro

Apesar do comércio ser um ponto forte do bairro, não se pode esquecer que ele também é residencial, geralmente de padrão médio, mas com muitos moradores vivendo em residências de baixo padrão, como cortiços. É o que explica Jackson de Castro, agente comunitário da Associação Viver Bem no Centro. “Os poucos cortiços que tem estão indo embora, por causa da lei do PIU-SCE, quando na verdade eles deveriam ser revitalizados para dar mais dignidade às famílias que ali moram”, explicou. 

Morador do bairro há 20 anos, Jackson só tem elogios ao local, que sempre o recebeu bem, e continua: “O Bom Retiro é muito acolhedor, tanto os empresários quanto os moradores. Sempre tem alguém fazendo o bem, fazendo um trabalho social, educadores, e voluntários lutando pela causa.”

A Associação Viver Bem no Centro, em que o agente comunitário participa, atende 420 famílias do bairro, sendo 160 mães com crianças e 260 idosos. O grupo oferece a essas pessoas aulas de reforço escolar, leite, cestas básicas, bazar de roupas gratuito e acompanhamento com cada família.

“Nós temos um vínculo de acompanhamento com as famílias, nós não só distribuímos o leite, mas por exemplo, se alguém da família vier a óbito, nós ajudamos com todo o trâmite. Aqueles que quiserem fazer o bem, nós estamos aqui na Rua dos Italianos e aceitamos doação”, disse.

Um dos principais objetivos da associação é fazer com que as famílias sejam devidamente atendidas pelo poder público, e vivam com dignidade.

Representante da Câmara

Representando a Câmara Municipal, o vereador Jair Tatto felicitou o bairro e destacou a diversidade de opções culturais para a população: “O bairro do Bom Retiro é um lugar que, além de atrair pessoas de diferentes regiões, devido ao seu movimentado comércio, abriga uma importante parte da cultura da nossa cidade. É nele que encontramos a Estação Pinacoteca, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa, que fica dentro da Estação da Luz, o Museu de Arte Sacra de São Paulo, o Centro de Estudos Musicais – Tom Jobim, além da Sala São Paulo. Com isso, quero desejar aqui o meu feliz aniversário ao bairro e aos seus moradores, reforçando a importância de seguirmos trabalhando pelo desenvolvimento da região e, ao mesmo tempo, preservar o seu legado histórico”. 

Programação Cultural

O Bom Retiro tem uma vasta opção para passeios culturais, pois, ele abriga a Pinacoteca de São Paulo, que é um espaço com praça pública para atividades artísticas e culturais, duas galerias para exibição de obras em grandes formatos, ateliês para atividades educativas, Biblioteca e CEDOC (Centro de Documentação e Memória), além de loja, auditório, mirante e espaço de acolhimento.

Lá você encontra também o Museu da Língua Portuguesa, que foi restaurado após ser atingido por um incêndio, em dezembro de 2015. A obra durou cerca de três anos para ser concluída, mas só foi reinaugurado em 2021, por conta da pandemia de Covid-19.

O Museu de Arte Sacra também é um cartão postal do bairro, com exposições de artigos religiosos que fazem parte do acervo que começou a ser formado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo.

Para os amantes da música, o imponente edifício da Estrada de Ferro Sorocabana abriga hoje a Sala São Paulo, sede da orquestra sinfônica, uma das mais importantes do país, que já recebeu as cantoras Liniker e Vanessa da Mata.

Religião

É possível perceber que as religiões são bem difundidas no bairro e se dividem entre o cristianismo, evangélicos, Judeus e coreanos.

Legenda: Sinagoga Talmud Thorá – Lubavitch

Segurança no Bom Retiro

O bairro do Bom Retiro está localizado próximo ao centro de São Paulo, a maior metrópole do país, que abriga a cracolândia, e tem amedrontado cada vez mais os moradores. Mas, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os números mostram uma queda em 4,3% na apuração de roubo nos nove meses deste ano,  em comparação com o mesmo período do ano anterior, no 2° Distrito Policial (Bom Retiro). Além disso, 1.548 pessoas foram presas e apreendidas, um aumento de 18,3% na comparação.

Em nota, a Pasta ainda ressaltou que os distritos que abrangem a região das Cenas Abertas de Uso são o 3º DP (Campos Elíseos) e o 77ºDP (Santa Cecília), e setembro foi o sexto mês consecutivo que essa região registrou queda dos roubos e furtos, uma redução de 11,9% em comparação com o mesmo período de 2022, sendo 800 vítimas a menos de roubos no mesmo período. 

“A reversão da sequência de altas seguidas de roubos verificada em todo o ano de 2022 só foi possível a partir de abril deste ano, em virtude da prioridade e ações implementadas pelo Governo do Estado, por meio da SSP e integração com a prefeitura. Uma das ações foi a implementação do Diagnóstico das Cenas Abertas de Uso, que tem como objetivo mostrar a situação da região e auxiliar na adoção de políticas públicas. Na última semana analisada (16 a 22 de outubro), o índice de roubo e furto caiu 52% e 35% em comparação com 2022”, explicou a nota.

Além disso, segundo as informações, o policiamento ostensivo na região central teve o aumento de 120 PMs com a Operação Impacto-Centro, que também cobre a área da Cracolândia. Além de mais de 1,5 mil vagas pela Atividade Delegada no Centro. 

Pela Polícia Civil é realizada, desde janeiro, a Operação Resgate na região central, tendo até 1º de outubro feito 404 flagrantes com 634 presos e 659 celulares apreendidos. No último dia 10, a SSP entregou 88 novas motocicletas à Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) do 2º BPChq (Batalhão de Polícia de Choque). Já no último mês, a Polícia Militar inaugurou a nova sede da 2ª Companhia do 7º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), que passou a atender na República. Essa iniciativa reforçou a capacidade de resposta rápida das forças policiais, permitindo uma presença mais eficaz nas áreas mais movimentadas. 

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