Localizada a poucos minutos da capital paulista, o bairro de Alphaville, em Barueri, é a síntese perfeita de sofisticação, modernidade e qualidade de vida. O bairro foi planejado em 1973 pelos engenheiros Yojiro Takaoka e Renato Albuquerque, sócios da empresa Albuquerque Takaoka. A ideia inicial era que o terreno de 500 hectares se tornasse um empreendimento voltado às indústrias não-poluentes, mas por conta de muitos obstáculos, os primeiros lotes foram vendidos para os executivos de empresas que ali se instalavam, como a: HP, Sadia, Du Pont e Confab.
Aos poucos o bairro foi se constituindo, e em 1975, aconteceu o lançamento do Alphaville Residencial 1, o primeiro a ser feito nesta ocupação ordenada. O local sempre teve diversas regras de construção para que o conceito inicial fosse preservado. Por exemplo, somente perto da Rodovia Castelo Branco é permitida a instalação de indústrias, e só após ela pode ter apartamento e casas. As restrições permitem mais qualidade de vida aos moradores.
Atualmente, Alphaville é um bairro para pessoas de classe alta, que possuem um bom poder aquisitivo, mas segundo Leonardo Rodrigues, 73, gerente geral da Area (Associação Residencial e Empresarial Alphaville), nem sempre foi assim.
“No início não era assim, os lotes eram vendidos em parcelamento com facilidade e tal, mas eram lotes bons. O padrão era de 560 metros, que hoje é considerado de alto padrão. Além de atrair os moradores, e os diretores de indústrias e empresas, atraiu também o pessoal de São Paulo, que na época vinham pela qualidade, para poder ter um espaço com segurança”, disse.
Com o passar do tempo, os sócios da Albuquerque Takaoka perceberam que era mais rentável a venda residencial do que empresarial, e foi assim que construíram os outros condomínios, sendo designados com números. O primeiro se chamou Residencial 1, e assim por diante.
No início da década de 1980, era possível comprar terrenos no condomínio pelo preço de um carro, mas a valorização em 1986 já tornava essa comparação obsoleta. Rodrigues acredita que a valorização do condomínio aconteceu, também, pelo crescimento da cidade. “Os blogueiros, jogadores de futebol, apresentadores, chamam atenção. Mas não é só eles, não, a qualidade urbana e os cuidados que temos aqui com segurança, com limpeza, com cuidado do paisagismo, são essenciais para o sucesso de hoje.”
“Aqui têm casas na faixa de R$ 2 milhões, R$ 1 milhão e meio, casas menores, normalmente terrenos bem pequenos, e tem muitos apartamentos de 100 metros quadrados, cuja média é de R$ 1,2 milhão, ou um apartamento de 50 metros quadrados por R$ 600 mil”, explicou.
Ainda segundo o gerente da Area, atualmente, a maioria dos moradores trabalham na capital, mas moram em Alphaville por conta da qualidade de vida, acesso às principais rodovias, segurança e almejam transferir seu próprio negócio para a cidade, a fim de ter ainda mais conforto.
Rodrigues acredita que em menos de 30 anos, toda a região de Alphaville e Tamboré serão modificadas, com ainda mais prédios e condomínios. “Acredito que em 30 anos ou até menos. Porque nunca se construiu tanto quanto está se construindo agora, em todo canto tem algum prédio”, disse.
O bairro mais seguro de Barueri
De acordo com Leonardo Rodrigues, Alphaville é o bairro mais seguro de Barueri, da grande metrópole e, ousa dizer, até do país. “Se você for lá na Paulista com esse celular bonitinho aqui, você não atravessa a rua. Eles vão te roubar. E aqui não tem problema. As pessoas andam na rua com cachorrinho de noite, sem preocupação com assalto. A tranquilidade dos moradores aqui é uma coisa que você não encontra em outro lugar, isso que atrai muito, a segurança que nós temos aqui. Todas as ruas têm câmeras de vídeo, nós temos uma central que monitora tudo o que está acontecendo 24 horas. Ouso dizer que aqui é o bairro mais seguro da cidade, da metrópole e até do Brasil”, explicou.
Segundo os dados da SSP (Secretaria de Segurança), o 2º DP de Barueri, que está localizado na Alameda Araguaia, 821, em Alphaville Industrial, registrou apenas 23 roubos e 91 furtos em junho deste ano. A 35 km de distância, no 1ºDP da Sé, neste mesmo período foram registrados 240 roubos e 731 furtos.
Dificuldade
Como de costume, em toda edição o Leia SP visita alguns bairros de São Paulo e faz um raio-x, com dados e informações relevantes sobre o local, mas desta vez não foi possível. Para apurarmos o número de habitantes, investimentos, segurança etc, é necessário que a assessoria de imprensa da Prefeitura de Barueri responda aos questionamentos, o que não aconteceu. A reportagem entrou em contato com a funcionária Alessandra Neves, que se recusou a responder a demanda enviada desde o dia 22 de julho.
O mesmo se repetiu com a assessoria do Ciesp Regional e da Associação Comercial de Barueri.